Judite Sousa é a mentora do projeto ‘Economiza Lord €’, sobre Literacia Financeira, em parceria com a Junta de Freguesia de Lordelo, financiado pela União Europeia. O objetivo é combater a falta de conhecimento financeiro entre a população de Lordelo e da região e promover a capacitação das pessoas para tomarem decisões conscientes sobre dinheiro. O projeto terá a duração de sete meses e será multidisciplinar.
Como surgiu o projeto ‘Economiza Lord€’ e como se enquadra nas diretrizes da União Europeia?
O projeto ‘Economiza Lord€’ surgiu a partir do conhecimento dos projetos de solidariedade da União Europeia, que tomei conhecimento em outubro do ano passado. Lembrei-me então da importância da literacia financeira, algo que eu gostaria de ter recebido quando era jovem para me preparar para o futuro. Ao falar com o executivo da Junta de Freguesia de Lordelo, eles prontamente aceitaram a ideia.
Foi um processo desafiante desenvolver o projeto e submetê-lo dentro do prazo?
Tivemos um tempo bastante limitado, uma vez que tomei conhecimento dos projetos em setembro e a candidatura terminava em outubro, em Bruxelas. Tivemos que identificar as pessoas e criar o projeto em pouco tempo. Foi mesmo em cima da hora para enviar a candidatura.
Ao criar o projeto, percebeu que Portugal ocupa o último lugar em termos de literacia financeira na União Europeia. Qual a importância de abordar esta temática e como o projeto pretende enfrentar esse desafio?
É assustador constatar que Portugal está no último lugar em termos de literacia financeira. Isto significa que muitas pessoas não possuem conhecimentos básicos para tomar decisões financeiras adequadas. O nosso projeto foi aprovado em dezembro e está alinhado com as diretrizes da União Europeia, que visam capacitar as pessoas. Se Portugal está em último lugar, temos de mudar essa realidade.
Quais são os objetivos específicos do projeto ‘Economiza Lord€’ e como pretende alcançá-los?
O projeto tem objetivos ambiciosos e inovadores. Queremos capacitar as pessoas através de workshops e abordar temas como crédito habitação, gestão de dívidas, orçamento financeiro, mentalidade financeira e outros. Também queremos promover um intercâmbio entre os jovens e as pessoas mais experientes, para que possam partilhar conhecimentos e experiências. Queremos quebrar padrões e despertar nas pessoas o interesse e a curiosidade em aprender sobre finanças.
Como o projeto pretende envolver a comunidade e quem são os principais colaboradores?
O projeto tem a duração prevista de sete meses e queremos envolver o maior número possível de pessoas. Contaremos com a contribuição de advogados, nutricionistas, pessoas mais experientes, solicitadores, psicólogos e outros profissionais. É importante destacar que o projeto não se destina apenas às pessoas em situação de vulnerabilidade económica, mas também àqueles que estão enfrentando desafios financeiros, como o aumento das prestações de crédito habitação.
Além dos workshops, como pretende disponibilizar suporte e esclarecimento às pessoas interessadas?
Para oferecer suporte, estarei disponível na Junta de Freguesia um dia por semana, mediante marcação prévia, para que as pessoas possam tirar as suas dúvidas fora do horário de trabalho. Também estamos abertos a parcerias com empresas, para realizar ações de esclarecimento. Caso as empresas não possam receber-nos durante o horário de trabalho, faremos as atividades fora desse horário.
Além dos workshops e do suporte individual, como o projeto pretende alcançar os jovens e despertar o interesse deles pela literacia financeira?
Para envolver os jovens, estamos a planear atividades interativas, como dinâmicas em grupo, que abordem temas financeiros de forma lúdica e acessível. Queremos criar um ambiente atrativo e descontraído para que eles se sintam motivados a aprender sobre finanças.
O projeto tem uma duração prevista de sete meses. Quais são as metas a curto prazo que vocês esperam alcançar durante esse período?
A curto prazo, o nosso objetivo principal é realizar os workshops e as atividades planeadas, envolvendo o maior número possível de participantes. Queremos que as pessoas saiam dessas formações com conhecimentos práticos e uma nova perspetiva sobre a gestão financeira.
Além dos participantes diretos do projeto, como a comunidade local pode beneficiar dessa iniciativa?
A comunidade local pode beneficiar do projeto através do aumento da literacia financeira em geral. Quanto mais pessoas estiverem informadas sobre as melhores práticas financeiras, mais conscientes e preparadas elas estarão para tomar decisões importantes nas suas vidas pessoais e profissionais. Isso pode ter um impacto positivo em termos de estabilidade financeira e bem-estar geral na comunidade.
Qual a sua expetativa em relação ao impacto do projeto e como vê o futuro da literacia financeira em Portugal?
Acredito que, mesmo diante dos desafios económicos, podemos aprender com essas experiências e tomar decisões mais conscientes no futuro. O projeto será um passo importante para isso. Espero que consigamos despertar o interesse das pessoas e proporcionar uma base sólida de conhecimentos financeiros. Quanto mais pessoas estiverem capacitadas, melhores serão as decisões que poderão tomar no futuro.