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ILDA BARBOSA: “O título de futsal do Aliados também é um bocadinho meu”

Os recentes êxitos desportivos alcançados pelas equipas femininas de futsal do Aliados de Lordelo são o reflexo de uma longa história alimentada por pessoas que impulsionaram a modalidade na freguesia. E é preciso recuar cerca de quatro décadas para chegar às origens do futebol de salão em Lordelo. Foi por volta da década de 1980 que Ilda Barbosa integrou a equipa que representava o Aliados de Lordelo nos torneios de futebol de salão. Jogava-se na altura do verão, perante uma moldura humana que preenchia por completo o retângulo de jogo. Eram outros tempos e outras realidades.


Atualmente com 83 anos, Ilda Barbosa ainda sente essas memórias. Histórias nostálgicas que fizeram escorrer lágrimas de saudade dos momentos que apelida como dos mais bonitos da sua vida.
“Comecei no futebol de cinco. Era jogadora, treinadora, roupeira… era tudo. Mas gostava muito do que fazia. Eram outros tempos e muito mais difícil arranjar jogadoras do que é agora”, começou por dizer Ilda Barbosa, tendo ainda bem presente a evolução da modalidade. “Começou como futebol de salão, depois passou para futebol de cinco e agora é o futsal. E passei por essas três fases”, acrescenta, com o orgulho de ter vestido durante décadas o símbolo do Aliados de Lordelo. “Lembro-me bem da evolução e recordo-me muito bem dos primeiros torneios. No início não ganhávamos nada nos torneios. Aos poucos fomos tendo mais atletas e os resultados melhoraram. A minha vontade era ganhar sempre ao Rebordosa nesses torneios”, referiu, sorridente. Curiosamente, foi nesse tempo que surgiu o repto para inscrever a equipa do Aliados na Associação de Futebol do Porto. “Fomos incentivados para federar a equipa, porque não ganhávamos nada nos torneios e foi por isso que nos federamos. Começámos a ganhar prestígio e viajámos para longe. Fomos a muitos sítios, Valpaços, Régua e outros lados”, recordou.
A novidade sobre a filiação na Associação de Futebol do Porto foi dada por um dirigente da altura do Aliados. “O Zeca Barros veio ter comigo para dizer que tinha chegado uma carta da Federação sobre a filiação da equipa. Foi a partir daí que começámos a jogar contra as melhores”, recorda.
Com o passar dos anos, o Aliados começou a ter algumas rivalidades… “Era uma obrigação vencer algumas equipas. Era o Rebordosa e o Arreigada. Não nos importávamos de perder, desde que não fosse contra esses adversários. Se perdêssemos, o treinador sabia que ia embora”, acrescentou, por entre sorrisos.


Ilda Barbosa lembrou ainda as suas primeiras ligações ao mundo do futebol: “O meu irmão jogava no Penafiel e desde aí que comecei a ter contacto com a bola. Eu carregava os sacos dos correios que eram transportados numa carrinha e naquela altura o meu irmão ia até Aveleda nessa carrinha para depois apanhar o comboio. Eu acompanhava-o sempre que podia. No início a minha mãe não me deixava, mas depois pedi aonde trabalhava para ir para o futebol, mesmo indo ganhar menos. Comecei depois a ir na carrinha dos correios com o meu irmão para o futebol.”
A ligação de Ilda Barbosa ao desporto acompanhou de perto a evolução do futsal em Lordelo, sendo, por isso, uma das figuras incontornáveis do sucesso do futsal feminino do Aliados. “Estive há pouco tempo na festa de campeão distrital do Aliados e recebi uma medalha. Foi tudo tão bonito. O título também é um bocadinho meu…”

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