O grupo de teatro ‘Os Expansivos’ tem vindo a marcar a história cultural de Lordelo desde a sua criação em 1980, com um foco na comédia e na promoção da arte local. Após retomar atividades em 2006, a associação tem proporcionado espetáculos anuais, com a missão de cativar o público e expandir a cultura na região. Em entrevista, o grupo partilha os desafios, o processo criativo e os objetivos para o futuro, mantendo o compromisso com o desenvolvimento da arte teatral na cidade de Lordelo.
Como nasceu o grupo de teatro de ‘Os Expansivos’? O grupo de teatro nasceu com a criação da Associação Cultural e Recreativa de Lordelo ‘Os Expansivos’ em 1980, muito embora tenha terminado pouco tempo depois, porque a associação focou-se no rancho folclórico. Em 2006, retomou de uma forma mais vincada, já integrado no projeto PT Paredes com teatro, e, a partir daí, de uma forma mais ativa e ininterrupta com peças anuais. A nossa missão é expandir a arte cultural pela nossa cidade e arredores, e divulgar o nome da nossa cidade ‘Lordelo’ através da cultura, neste caso, na arte de representar.
Que tipo de peças de teatro costumam apresentar? As peças de teatro escolhidas normalmente passam pela comédia clássica e atual e o tema pretende ser sempre o mais apelativo possível para cativar o público, com o objetivo de levar as pessoas ao teatro e para que se divirtam um pouco.
Como é organizado o processo criativo no grupo? Na primeira abordagem, reunimos com um encenador profissional que nos apresenta propostas de vários textos de peças de teatro. O grupo faz a leitura das propostas e entre nós escolhemos a peça que entendemos que vá de encontro ao nosso público. Após a escolha da peça, é necessário trabalhar para decorar o texto e simultaneamente a encenação, sempre com a ajuda do encenador. A partir daí, e durante vários ensaios, cada um vai trabalhando o seu personagem, tentando dar o seu cunho pessoal, assim como algumas sugestões que possam enriquecer o espetáculo.
De que forma o grupo se relaciona com a comunidade local? O grupo está integrado na comunidade local desde sempre. A nossa forma de interagir com a comunidade passa por disponibilizar o maior número de espetáculos possível e a preços acessíveis, para que todos possam assistir. Em simultâneo, abraçamos projetos específicos com a comunidade e as associações locais, na realização de eventos que envolvam o teatro para que as mesmas possam angariar fundos para os seus projetos.
Como organizam os ensaios e que métodos utilizam para garantir o sucesso? Existe o compromisso de ensaios semanais durante um período de 4/5 meses na nossa sede, localizada no parque do rio Ferreira, em Lordelo, que vão sendo intensificados com a aproximação da estreia, para garantir o melhor espetáculo. Mediante o objetivo da peça, vamos aprendendo e ensaiando novos métodos e exercícios mais específicos para uma melhor realização e representação.
Que desafios têm enfrentado enquanto grupo de teatro amador? Existem dois grandes desafios, a nível de logística, o grupo não tem um transporte e precisa sempre da comunidade para nos ajudar na deslocação e transporte do cenário. O teatro amador estava a ser apoiado pela Câmara Municipal, mas tem sido cada vez mais difícil manter o projeto de pé e pensamos que brevemente teremos de disponibilizar meios internos e próprios. É também importante por parte de todos que reconheçam o teatro amador como um trabalho sério e de qualidade.
Como têm evoluído as apresentações do grupo? A maior demonstração é ter cada vez mais pessoas nos nossos espetáculos e de serem necessárias mais sessões de apresentação em Lordelo para dar resposta a todo o público que quer assistir. Na última peça, esgotou em uma hora e tivemos a necessidade de abrir uma nova data para uma segunda apresentação e fazer face à grande procura de bilhetes, tendo esgotado as duas datas. Que impacto acham que o teatro tem na promoção da cultura local e no envolvimento da comunidade? O impacto é a crescente procura do público pela nossa atividade e também pelos convites que se multiplicam das associações de Lordelo, e não só. Ao mesmo tempo, o teatro é o único veículo que permite o contacto de grande parte da comunidade com as artes cénicas.
Há alguma peça ou projeto que considerem um marco na história do grupo? Todas as peças que foram realizadas tiveram sempre muito público e foram um grande sucesso, muito atrativas e sempre um grande desafio, além de que todas elas, de uma forma ou de outra, acabaram por nos marcar e ficar na história do grupo.
Quais são os objetivos do grupo para o futuro e que projetos gostariam de concretizar? Um dos principais objetivos futuros do grupo passa pela aquisição de um transporte, para que possamos fazer apresentações em Lordelo e em qualquer freguesia ou cidade que nos queira convidar e acolher. Aproveitando desde já para agradecer à Fundação A Lord que sempre nos disponibiliza o espaço para a estreia das nossas peças de teatro. Outro dos nossos objetivos é termos um espaço nosso para podermos ensaiar, ter os nossos cenários e, quem sabe, fazer algumas apresentações nesse mesmo espaço. Para finalizar, gostaríamos de agradecer a uma pessoa que já não está entre nós, que é a Carmen Guimarães que foi quem resgatou e impulsionou o teatro nos ‘Expansivos’, assim como as sucessivas direções. Um agradecimento ainda à Câmara Municipal de Paredes pelo projeto ‘Paredes no Palco’ e à Junta Junta de Freguesia de Lordelo pelo apoio. Também um agradecimento especial a todos os que nos apoiam e disponibilizam o seu tempo para assistir aos nossos espetáculos.